quarta-feira, 18 de março de 2009

Você encontrou um animal perdido? Quer doar um bichinho?

Você encontrou um cachorrinho abandonado, uma ninhada de gatinhos, resgatou um animal atropelado. E agora, o que fazer com ele?Muita gente pensa que está fazendo uma ótima ação tirando o animal da rua e encaminhando-o para um protetor independente, uma ONG ou um abrigo. Não é assim. Todos estes estão sempre no limite de sua capacidade física, financeira e de tempo, lutando para sobreviver e manter os muitos animais de que já cuidam. Abrigos, inclusive, são um capítulo à parte: entregar um bichinho para um desses lugares é condená-lo a uma vida de privações, falta de espaço e de chances quase nulas de encontrar um dono e uma casa. Assim, se você quer realmente ajudar, não empurre o problema adiante, resolva-o. A responsabilidade pelo animal que resgatou é sua. Mas aqui vão algumas dicas para te ajudar nesta empreitada tão gratificante!

Resgatei o animal. O que faço agora?

• Leve o animal imediatamente a um veterinário, mesmo que ele pareça saudável. Se você tiver outros animais em casa, isto é ainda mais importante. Afinal, ele pode estar com doenças incubadas, e problemas que só o veterinário pode detectar;

• Vermifugue-o, mesmo que pareça estar tudo bem;

• Se ele estiver em boas condições de saúde, o passo seguinte, alguns dias após a vermifugação, é castrar e vacinar. NÃO SE DOA ANIMAIS NÃO CASTRADOS, nem mesmo para pessoas conhecidas. O grande número de animais abandonados se deve justamente à falta de um controle populacional e ao desconhecimento do que é posse responsável. Para ter uma idéia, uma cadela não castrada pode gerar, em 6 anos, 64.000 descendentes e uma gata, em 7 anos, 420.000. É uma progressão geométrica absurda, e naturalmente não há lares para tantos animais.

• Não esqueça que do momento do resgate à entrega para seus novos donos, o animal estará sob sua responsabilidade. Isto inclui fornecer a alimentação e lar transitório, além de bancar os custos veterinários e outros. No caso de ser impossível manter o animal em sua própria casa - o que sai naturalmente mais barato -, uma opção é deixá-lo em um hotelzinho ou clínica veterinária até a adoção.

Ele está ótimo, pronto para ser adotado. O que eu faço agora?

• Fotografe o animal - para adiantar, isso pode ser feito no momento do resgate, até mesmo para mostrar como o animal era e como ficou -, faça um cartaz e anuncie-o em pet shops, clínicas veterinárias e outros locais à sua escolha;• Divulgue para seus familiares, amigos, conhecidos;
• Crie um anúncio para veicular na internet. Existem sites próprios para isso;
• Leve-o a feiras de adoção. No caso de cachorros, as feiras são o caminho mais indicado, ao passo que a internet funciona muito bem com gatos. Lembre-se que as feiras só aceitam os animais se estiverem castrados e vacinados.

Como eu escolho o novo dono do animal?

O processo de adoção requer alguns cuidados. Você deve entrevistar o candidato à adoção, para ver se ele não está agindo por impulso, se já foi e será um bom dono e se cuidará bem do animal até o fim da vida deste. Algumas perguntas básicas:

• Nome, endereço, telefones, comprovante de residência.
• Todos na família estão de acordo com a adoção?
• Mora em uma casa segura, da qual o animal não possa escapar? No caso de gatos, essa questão
é ainda mais importante. Se for um apartamento, é preferível que ele tenha redes de proteção nas janelas, para o animal não cair.
• Tem noção dos custos da manutenção de um animal?
• Já teve ou tem animais? O que aconteceu com eles?
• Quantas horas por dia o animal ficará sozinho? E quem tomará conta dele se a família viajar?
• Um animal vive ao redor de 12 anos. Está preparado para esse compromisso?


Finalizando a adoção.

• O adotante deve assinar um termo de responsabilidade, que serve como uma garantia de que cuidará bem do animal até o fim da vida deste;
• Esteja disponível para qualquer eventualidade que aconteça com o bichinho e a pessoa que o adotou, inclusive para o caso de devolução. Isso também pode acontecer, principalmente se não for feita uma boa 'triagem' ou análise prévia do adotante.
• Veja no fim da página um modelo de termo de responsabilidade e os 10 mandamentos da posse responsável

Parabéns!

Agindo desta forma, você estará fazendo a sua parte de forma equilibrada e responsável. Parabéns pela coragem de tomar essa iniciativa!

Modelo de Termos de Responsabilidade

O termo de responsabilidade a seguir é o utilizado pelo Projeto Bicho no Parque. Sugerimos que você coloque, no verso, os 10 mandamentos da Posse Responsável de Animais, que está no fim desta página. Imprima 2 vias, coloque um carbono no meio, e entregue para o adotante ler, preencher com todos seus dados e assinar. A primeira via deve permanecer com você, e a cópia, com o adotante.
Algumas feiras de adoção fornecem seus próprios termos.
Adoção de animal - TERMO DE RESPONSABILIDADE
Eu,____________________________________________________, RG ___________________ e CPF ___________________, residente e domiciliado à ___________________________________________________Bairro ___________________ CEP _____________ Cidade __________________ Estado ___ Telefones: Res. (___)_____________ Com. (___)_____________ Celular (___)_____________ e ainda com o e-mail: _______________________________________, estou assumindo responsabilidade total sobre o animal de nome _______________________, idade: __________, espécie:  canina  felina, sexo:  macho  fêmea, castrado:  sim  não, vacinado:  sim  não ( Raiva e  Múltipla).
Ao assumir a responsabilidade sobre este ser vivo, entendi estar sob as sanções da Lei Federal 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) e da Lei Municipal 13.131 de 18 de maio de 2001 (Lei de Posse Responsável). Entendi que abandonar, soltar, deixar fugir, não alimentar, acorrentar, bater, amedrontar e deixar acasalar indiscriminadamente são formas de maus tratos com pena prevista na lei. Assumo, a partir deste momento, a educação e bem-estar desta vida, assim como os encargos totais com sua saúde. Entendi que a responsabilidade e os encargos financeiros de vacinações, tratamentos, cirurgias, consultas médico-veterinárias, bem como qualquer gasto ou necessidade de qualquer natureza referente a este animal, a partir da adoção – exceto a castração e as primeiras doses de vacinas - são exclusivamente meus, e que devo procurar um médico veterinário de minha confiança para o que for necessário. Comprometo-me a levá-lo para consulta veterinária no mínimo uma vez por ano (vacinas polivalente e anti-rábica) e sempre que preciso; comprometo-me a providenciar a Placa de Identificação fornecida e exigida pela Prefeitura de São Paulo (caso o animal ainda não a possua) e a colocar redes de proteção nas janelas e sacadas, ou telas que impeçam a passagem do animal para as vias públicas. Estou ciente, e aceito, que o animal adotado pode ser visitado em qualquer época pelo doador ou por seu representante e que, se verificados maus-tratos de qualquer espécie, o animal poderá ser retirado de minha guarda imediatamente, e que incorrerei nas penas previstas nas Leis. Entendi que, em caso de não poder permanecer mais com o animal, devo comunicar o fato ao doador, e jamais doá-lo sem a anuência do mesmo. Entendi que nenhuma das minhas obrigações aqui assumidas acarreta qualquer ônus para o doador. Todos os meus familiares estão de acordo com esta adoção e compreendem que o animal viverá no mínimo por 10 anos. Assim, assumo a total responsabilidade pelo seu bem-estar na juventude e na velhice, na saúde e na doença.
Ciente e aceito, _____________________________________ data ___ / ___ / _______Testemunhas:
_______________________________________________________ (nome e assinatura) _______________________________________________________ (nome e assinatura)
Doador: ________________________________________________ Tels: _____________________________ E-mail: _______________________________
Os 10 mandamentos da posse responsável
• Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há os recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados.

• Adote animais de abrigos públicos e privados (vacinados e castrados), ao invés de comprar por impulso.

• Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida – tamanho, peculiaridades, espaço físico necessário para manter o animal.

• Mantenha o seu animal sempre dentro de casa, sem acesso à rua. Para os cães, passeios são fundamentais, mas apenas com coleira/guia e conduzidos por quem possa contê-los. No caso de gatos, telas nas janelas de casas e apartamentos são obrigatórias.

• Cuide da saúde física do animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao veterinário. Dê banho, escove e exercite-o regularmente.

• Zele pela saúde psicológica do animal. Dê atenção, carinho e ambiente adequado a ele.

• Eduque o animal, se necessário, por meio de adestramento, mas respeite suas características.

• Recolha e jogue os dejetos (cocô) em local apropriado.

• Identifique o animal com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, informando-se sobre a legislação do local. Também é recomendável uma identificação permanente (microchip ou tatuagem).

• Evite as crias indesejadas de cães e gatos. Castre os machos e fêmeas. A castração é a única medida definitiva no controle da procriação, aumenta a saúde do animal e não tem contra-indicações.